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ModaLisboa Capital, ModaLisboa
No dia 7 de março, a Lisboa Fashion Week chega ao CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian com uma programação multidisciplinar desenhada em colaboração para compreender os encontros contínuos entre Moda e Artes Visuais. Com uma visão exploratória que evoca o cruzamento de experiências artísticas, os eventos, de entrada livre, dividem-se em dois momentos que refletem uma conexão conceptual e material entre as duas áreas, ligação essa cada vez mais urgente e relevante no panorama social contemporâneo. Criam-se, assim, diálogos para futuros possíveis entre Designers ModaLisboa e Artistas, bem como uma apresentação de Moda de forma a provocar novas narrativas de comunidade e colaboração cultural.
DIÁLOGOS
16H – 18H
ESPAÇO EDUCATIVO
Entrada gratuita (Sujeita à lotação do espaço)
Mediante levantamento no dia, a partir das 14H. Máx. 2 bilhetes/pessoa.
Três conversas entre Artistas e Designers de Moda, capitais pela sua relevância no pensamento contemporâneo. O termo Diálogos assume uma automática empatia conversacional entre os criativos, e todas as sessões, cada uma com 30 minutos, pretendem que essa fluidez de comunicação se estenda à audiência, em momentos de discussão de práticas artísticas, cisões e interseções conceptuais e o impacto da materialidade na construção de novas narrativas culturais. No núcleo de cada Diálogo está o pensamento e o processo de criação, pontos de partida partilhados pela Arte e a Moda para a conceção, a interpretação do real, a experimentação e a investigação de caminhos inexplorados que desembocam na produção do novo, ou simplesmente numa outra visão do outro e do hoje.
DIÁLOGO 1: ADRIANA PROGANÓ COM DIOGO MESTRE (MESTRE STUDIO)
16H
Adriana Proganó (Luzern, Suíça, 1992) desenvolve um trabalho focado na criação de um imaginário que se rege em quebrar ideias de regras sociais e limitantes nos corpos e socialmente, desafiando as imposições do sistema educacional e provocando uma busca por uma experiência humana mais autêntica. Através das suas composições pictóricas e escultóricas, explora os limites impostos por uma estrutura social rígida, criando personagens que transitam por espaços diversos, refletindo uma liberdade dentro das suas próprias restrições. É dentro dessa narrativa que a artista desafia a nossa perceção sobre as nossas próprias lutas quotidianas e/ou em espaços institucionais dentro dos limites de leis externas, supostamente invisíveis, que orientam a nossa existência. A ideia de liberdade é central na sua obra, sendo o ponto de partida para a sua linguagem artística. Muitas figuras são representadas como simplesmente livres dessas ideias, outras como resistência, que agora lutam para derrubar padrões que estão a envenenar a liberdade coletiva. Adriana oferece, assim, visuais provocantes que promovem um discurso sobre poder, identidade e resistência cultural.
Diogo Mestre licenciou-se em Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em 2022, e no mesmo ano ingressou no Mestrado em Design de Moda, na Faculdade de Arquitetura. O seu gosto pela Moda vem desde sempre, aliando-se mais tarde com a arte. Mais do que criar roupa, Diogo pretende criar narrativas que consigam emergir, de forma profunda, os seus espectadores no seu universo.
A marca Mestre Studio foi fundada em 2023 e apresentou a sua primeira coleção no concurso Sangue Novo supported by Seaside da ModaLisboa, afirmando desde logo a sua veia nostálgica e a importância das memórias na construção da sua identidade, trabalhando principalmente o knitwear e a desconstrução de técnicas tradicionais.
DIÁLOGO 2: JOÃO PEDRO VALE E NUNO ALEXANDRE COM MARTA GONÇALVES (HIBU)
16H40
João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira iniciaram a sua atividade artística no final da década de 1990, começando desde cedo a trabalhar em conjunto em projetos que se destacam pela diversidade de meios, suportes e linguagens. Destacam-se as exposições individuais na Appleton Square, Lisboa, em 2024, no Rialto6, Lisboa, em 2022, no MAAT, Lisboa, em 2019, a participação no Fabric Festival, em Fall River (EUA) em 2022, MOVE19, Centre Pompidou, Paris (França), no LIAF19 – Lofoten International Art Festival, Svolvaer (Noruega) em 2019. Em 2024 realizaram a sua primeira exposição antológica no Museu de Serralves.
HIBU é uma marca de moda portuguesa fundada em 2013, que cria peças sem género, cruzando referências multidisciplinares e uma estética minimal descontraída.
DIÁLOGO 3: MIKHAIL KARIKIS COM LIDIJA KOLOVRAT
17H20
Mikhail Karikis é um artista greco-britânico que trabalha com imagem em movimento, som e performance para explorar o ativismo, a solidariedade e a ação coletiva. A sua prática socialmente empenhada envolve o trabalho com comunidades marginalizadas, incluindo crianças, refugiados e trabalhadores, para imaginar futuros esperançosos e sustentáveis. Através da instalação, da performance e do filme, explora temas como a justiça social, o trabalho e o ambiente. Expôs internacionalmente em locais como a Bienal de Veneza, a Tate Liverpool e o MORI Art Museum, ganhou o Paul Hamlyn Award (2024) e foi duas vezes selecionado para o Derek Jarman Award. O seu trabalho criativo inclui também colaborações musicais com Björk e DJ Spooky.
As próximas exposições, em 2025, incluem um levantamento da sua carreira no Kunstmuseum St Gallen, na Suíça, uma exposição individual no Centro Gulbenkian de Arte Moderna, em Lisboa, e uma exposição individual no The Showroom, em Londres, no Reino Unido.
Com formação em cinema e Moda, Lidija Kolovrat define a sua linguagem através da desconstrução, da cultura urbana e das artes. A sua paixão é criar peças de Moda únicas e especiais para todos aqueles que procuram um estilo diferenciado, em sintonia com o seu verdadeiro eu. Em 1990, fundou a KOLOVRAT, uma marca que se preocupa com o impacto das suas criações, quer para o ambiente — ao valorizar a sustentabilidade e a reciclagem — quer para os clientes, e que acredita que a roupa reflete o nosso mundo interior, a nossa sagrada geometria e a nossa linguagem simbólica. “A intuição, a espiritualidade e a inovação são o caminho para alcançar a singularidade da peça que será co-criada para cada um, para que todos se possam empoderar do seu verdadeiro eu e se envolver na beleza, na ousadia e no senso de humor necessário para abraçar o inesperado”. Para Kolovrat, fazer parte da comunidade significa reinventar-se a si mesmo e alcançar a excelência de criações que juntam a vibração de uma sociedade dinâmica com o compromisso de um negócio ético.
CONSTANÇA ENTRUDO
17H — 19H
ESTÚDIO
Entrada gratuita
Mediante levantamento no dia, a partir das 15H. Máx. 2 bilhetes/pessoa.
Constança Entrudo estreia-se na Sala Estúdio do CAM para apresentar a sua coleção outono/inverno 2026.
Das 17H às 18H, a apresentação será de entrada livre mediante levantamento de bilhete, no próprio dia, na bilheteira do CAM. Devido à lotação do espaço, o evento será dividido em três slots de 20 minutos, com entradas às 17H, 17H20 e 17H40. A loja do CAM estará aberta durante toda a apresentação, com peças de Constança Entrudo e de outros Designers ModaLisboa, como Valentim Quaresma e Dino Alves.
A partir das 18H, a apresentação será reservada a convidados e imprensa.
SECOND BEST é a coleção outono/inverno de Constança Entrudo, e funciona como uma reflexão sobre a obsessão da sociedade com vencedores e perdedores, celebrando o segundo lugar que é tantas vezes negligenciado. Constança retrata o lado desmoralizante da meritocracia, materializando as texturas do esforço, do processo e da aceitação, e abraçando a beleza silenciosa de um silver lining.
Nem tudo o que luz é ouro, e a apresentação inclui uma instalação têxtil criada para a ocasião. A instalação proporciona uma experiência sensorial ativa do tema, enraizada na crença da Designer na interdependência entre os espaços que habitamos e a forma como nos sentimos.
A graciosidade gráfica das silhuetas tem por base o vestuário desportivo dos Jogos Olímpicos dos anos 80. Através de uma multiplicidade de meios, Constança sensualiza a narrativa deste segundo lugar. O foco nos materiais considerados de segunda qualidade, combinado com uma atenção meticulosa à engenharia da construção têxtil, dá destaque às superfícies: pormenores prateados impressos em tecidos delicados, feitos à mão, malhas que se assemelham a veludo, tafetás brilhantes plissados manualmente, insígnias, medalhas e faixas tipo Miss Mundo.
O foco nos materiais considerados de segunda qualidade, combinado com uma atenção meticulosa à engenharia da construção têxtil, dá destaque às superfícies: pormenores prateados impressos em tecidos delicados, tecidos à mão, malhas que lembram veludo, tafetás brilhantes plissados à mão, faixas, galochas e medalhas ao estilo Miss Mundo.
Propõe-se um presente multiplicado nestas celebrações de pessoas e estudos de Constança Entrudo.
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