sara maia

DESIGNER

Sara Maia

Sara Maia é uma Designer portuguesa formada em Design de Moda pelo Modatex, Porto. Baseada em Londres, integrou equipas criativas de marcas como Marques’ Almeida, Aitor Throup e Maharishi, experiências que aprofundaram a sua compreensão do vestuário como estrutura e narrativa. Paralelamente, lecionou no Modatex, consolidando uma abordagem crítica e reflexiva ao design. A sua prática, enraizada na pesquisa visual e na construção, procura novas formas de expressão que cruzam corpo, memória e gesto, explorando o potencial do vestuário como linguagem. Recentemente, concluiu o Mestrado em Moda na Royal College of Art, em Londres, onde expandiu a sua pesquisa de forma interdisciplinar, integrando experimentação têxtil, imagem e performance para questionar os limites do que o vestuário pode comunicar.

CONTACTOS

E-mail: sara.d.c.maia@gmail.com

Sexta-feira, 3 OUTUBRO. 15H
Fashion House. Acessível por convite.

NADA ACONTECEU. E, AINDA ASSIM, TUDO MUDOU é uma obra que nasce de um silêncio prolongado.
Um período em que a criação parecia distante, quase impossível. Durante anos, a urgência de voltar a sentir, de se reconectar com o corpo, com o gesto, com o material, tornou-se o caminho da Designer. Este trabalho não trata de um acontecimento específico, mas da transformação invisível que ocorre quando deixamos de reconhecer quem somos... e lentamente começamos a regressar. Cada peça é uma tentativa de escuta. Um gesto de aproximação ao que ficou suspenso. Um trabalho com contrastes entre rigidez e fluidez, opacidade e transparência, estrutura e leveza, para expressar estados emocionais e tensões internas que muitas vezes não têm nome. A peça torna-se um duplo, simultaneamente escudo e revelação. Uma forma de habitar o corpo em segurança, sem o esconder. A prática assenta na observação. No detalhe, na repetição e no cuidado. Sara Maia não procura respostas, mas presenças. Ecos. Fragmentos de quem foi e de quem se está a tornar novamente. Acima de tudo, este trabalho é um ensaio sobre resistência íntima. Sobre a coragem de criar quando tudo parecia perdido.
O trabalho não está terminado, e talvez nunca esteja.
Mas, ao criá-lo, começou a respirar novamente.
A lembrar-se de que ainda aqui está.
E que ainda é capaz de sentir.