O Designer português Ivan Hunga Garcia é um dos nomes em destaque na exposição “Dirty Looks: Desire and Decay in Fashion”, patente na Barbican Art Gallery, em Londres, até 25 de janeiro de 2026.

“Dirty Looks: Desire and Decay in Fashion” reúne 120 obras de 60 Designers de todo o mundo, propondo uma reflexão sobre o passado, o presente e os possíveis futuros da Moda. A mostra convida o público a “reconsiderar a beleza, o valor e o poder regenerativo do ato de criar num mundo em constante mudança”, afirma Shanay Jhaveri, diretora de Artes Visuais do Barbican.

Entre as peças apresentadas, destaca-se “Cariátide n.02”, de Ivan Hunga Garcia, uma criação feita a partir de SCOBY — Cultura Simbiótica de Bactérias e Leveduras —, que constitui uma declaração sobre sustentabilidade e identidade, incorporando os temas centrais da exposição: rebelião, decomposição e renascimento.

Composto por um top e uma saia unidos por ilhoses e ganchos cromados, o conjunto cria diferentes tensões e composições que evocam os rituais de modificação corporal. A sua textura orgânica, semelhante à pele humana, confere-lhe um caráter quase escultórico e vivo, refletindo a natureza efémera do “eu” e reduzindo a silhueta à sua anatomia essencial.

“Cariátide n.02” inscreve-se na prática multidisciplinar de Ivan Hunga Garcia, desenvolvida em paralelo com o Haute Gardener, laboratório criativo que reivindica a Moda enquanto território especulativo e filosófico.

A obra é, ao mesmo tempo, um exemplo de como a Moda pode refletir a impermanência física da condição humana, oferecendo um vislumbre otimista de uma indústria mais responsável e expressiva.

Na Barbican Art Gallery, o trabalho de Ivan Hunga Garcia é apresentado ao lado de nomes icónicos como Hussein Chalayan, Alexander McQueen, Vivienne Westwood, Miguel Adrover e Maison Margiela, bem como de criadores emergentes como Elena Velez, Piero D’Angelo, Yuima Nakazato e Robert Wun.

FOTOS EM DESTAQUE: “Dirty Looks: Desire and Decay in Fashion”, Barbican Art Gallery. Fotografia: Thomas Adank