A FASHION HOUSE inaugura-se como projeto estruturante da MODALISBOA BASE — coorganizada pela Câmara Municipal de Lisboa, e com o apoio do programa Portugal Events, do Turismo de Portugal —, concebida enquanto espaço de convergência e de ativação cultural, onde a Moda se afirma simultaneamente como prática criativa, dispositivo económico e força social em constante transformação. Localizada no Palacete Gomes Freire, a FASHION HOUSE ergue-se como campo de negociação entre diferentes tempos e linguagens, traduzindo a criação como território partilhado, devolvido à cidade e aberto à multiplicidade de públicos que nela se reconhecem. Todos os projetos, calendário e diferentes horários, aqui.

A sua programação corporiza esta vocação de encontro. Durante quatro dias, Designers, imprensa, líderes de opinião e comunidade cruzam-se num espaço que desafia fronteiras disciplinares e apresenta um leque de propostas que vão da preservação artesanal à experimentação tecnológica, da sustentabilidade industrial à imersão estética. De 2 a 5 de outubro, há duas dinâmicas distintas: um calendário de Apresentações de Moda, conversas e workshops (com iniciativas exclusivas a convidados e diversos momentos abertos ao público), e uma mostra expositiva, de entrada livre, que encapsula no Palacete Gomes Freire diversas dimensões da Moda, com instalações artísticas e showcases.

Em exposição está a Colcha das Palmas, de BÉHEN, que evidencia a precisão da perícia açoriana e a sua reconfiguração contemporânea; Constança Entrudo retoma o seu arquivo amplificado em escala monumental, com All That is Solid Melts Into Air; Luís Infante, Thayra Correia ou Rohme Textiles sublinham a relevância do fazer artesanal no presente, ao mesmo tempo que projetos como Smartex, RDD Textiles e Positive Materials demonstram que a inovação na indústria pode ser transparente, ágil e sustentável.

Também no eixo da investigação tecnológica, um coletivo de alunos do IED – Istituto Europeo di Design apresenta 18K YEARS, instalação imersiva que materializa o fluxo incessante do digital; RetryOn, experiência de fusão entre Moda e realidade aumentada que interroga a identidade e o corpo na era da mediação tecnológica. Por falar em interação, João Magalhães volta a subverter o paradigma do desfile ao propor uma instalação em escala sobre-humana, convidando o público a participar ativamente na sua investigação sobre identidade e prazer.

Se a dimensão expositiva da FASHION HOUSE se inscreve no espectro entre crafts, design, sustentabilidade e tecnologia, o seu caráter performativo expande-se através de estreias. Às já anunciadas apresentações de Roselyn Silva, Ana Margarida Feijão e Gandaia, junta-se Sara Maia, que chega à Lisboa Fashion Week com Nada Aconteceu. E, Ainda Assim, Tudo Mudou, ensaio sobre silêncio criativo e resistência íntima.

A programação estende-se ainda ao pensamento sobre a intimidade. Matilde Viegas expõe Tecido da Casa, projeto fotográfico que investiga a domesticidade enquanto prática ativa de pertença, Nat Sly apresenta The Comfortable Lightness of Being, ao passo que Giovana Matsuda, com as suas peças de origami e um workshop aberto, introduz a materialidade do papel como técnica partilhada. Também Isa Toledo e Cura by the Sea se debruçam sobre a pedagogia do fazer, com o workshop Sheets to Shirts, transformando lençóis de hotel em camisas. A dimensão da escuta é convocada por Michael Gomes em duas sessões de Sound Healing, que exploram o som como equilíbrio e consciência coletiva, enquanto o projeto Rosa Cravo promove, através de exposição e uma conversa entre Kitty Oliveira e Joana Duarte (BÉHEN), o diálogo sobre a tradição como recurso vivo para pensar futuros.

Mas a FASHION HOUSE não se limita à esfera expositiva ou performativa. A loja da Lisboa Fashion Week regressa com propostas de ARNDES, Bárbara Atanásio, BÉHEN, Dino Alves, DuarteHajime, Francisca Nabinho, Isza X Sara Valdez, Kolovrat, Luís Carvalho, Luís Buchinho, Mestre Studio, Nuno Baltazar, Ricardo Andrez, Roselyn Silva e Valentim Quaresma. Noutra sala, Bazofo & Dentu Zona trazem da Cova da Moura um atelier de estamparia manual, convidando o público a participar ativamente na personalização das suas próprias peças.

Ao afirmar-se como meeting point da MODALISBOA BASE, a FASHION HOUSE corporiza o papel da Lisboa Fashion Week como plataforma expandida de reflexão, criação e ativação. Mais do que inaugurar um novo espaço, propõe uma visão: a Moda como prática coletiva e lugar de experimentação social, em que a autoria, a inovação e a herança cultural coexistem para projetar futuros possíveis.

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