De 10 a 13 de outubro, no MUDE – Museu do Design, o beat by be@t regressa à Lisboa Fashion Week para apresentar a materialização da sua segunda edição.
O programa nasce da certeza de que a mudança só é possível através da criatividade e da colaboração. Procura soluções sustentáveis e circulares para resolver os desafios prementes e inadiáveis de uma indústria que em muito contribui para o hiperconsumo e as alterações climáticas.
Na exposição desenhada para a MODALISBOA SINGULAR, o púbico poderá percorrer quatro projetos têxteis circulares e inovadores desenvolvidos por equipas compostas por Designers de Moda e pequenas e médias empresas.
O beat by be@t, programa desenhado pelo BCSD Portugal, insere-se no be@t, um consórcio de 55 entidades lideradas pelo CITEVE e cofinanciadas pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), que aponta o caminho da transição para a bioeconomia do setor têxtil.
DIOGO MESTRE X BE.SIMPLE
PROJETO: CONÚBIO
A inovação surge no método de trabalho, que pensa não só no produto final, mas no seu impacto. Uma coleção que nasce de forma orgânica, na procura de materiais locais e uma produção que não sai das fronteiras do país, provando que é possível criar Moda utilizando apenas os meios que nos rodeiam. Ao mesmo tempo, o projeto é dedicado à sustentabilidade e ao melhor que a indústria portuguesa tem para oferecer, o saber fazer e a qualidade associada ao Made in Portugal.
Diogo Mestre começou por estudar Escultura, mas acabou por seguir Design de Moda. Sempre teve uma paixão pela Moda, onde cruza referências da arte com a sua assinatura como criador, e o gosto pela manualidade com as novas tecnologias, escolhendo técnicas que acrescentam valor. As suas origens no Baixo Alentejo marcam a sua linguagem estética que, mesmo irreverente, tem sempre uma certa nostalgia e abraça o futuro sem nunca esquecer as raízes culturais.
O foco da Be.Simple sempre foi estar à frente e garantir uma elevada qualidade na confeção de peças distintas e versáteis, das mais básicas às mais elaboradas, tanto em pequenas como em grandes quantidades. Trabalha para o mercado nacional e europeu e tem como meta assegurar uma produção cada vez mais sustentável, com materiais recicláveis ou orgânicos e lançar uma marca própria, com um espírito prático e funcional.
LAURA SILINSKA & FERNANDA RECH X CASA DA MALHA
PROJETO: COMFORT DIMENSIONS
A ideia é apresentar, através da Moda, um olhar sobre o bem-estar humano e a sustentabilidade do planeta. A equipa criou malhas sumptuosas, feitas em lã, Tencel e PLA, desenvolvidas como uma alternativa biodegradável às malhas 3D mais comuns, e normalmente produzida com uma base de óleo. É tocar e descobrir como a satisfação sensorial oferece mais do que apenas estética.
Laura Silinska é Designer e fundadora da Senscommon, pensada para servir o bem-estar humano e a funcionalidade, tem como objetivo sensibilizar para a inovação sustentável capaz de reduzir o impacto no ambiente. Criada há oito anos, a marca é o resultado de anos de trabalho nos ateliers criativos de Alta-Costura como os da dupla Viktor&Rolf, em Amesterdão, e Alexis Mabille, em Paris.
Designer de Moda, professora e investigadora, Fernanda Rech é mestre em Indústrias Criativas e doutorada em Design. O seu foco é a investigação e desenvolvimento de novos materiais e processos de fabricação eco-eficientes. Possui experiência no planeamento e acompanhamento de projetos de Vestuário e Moda, e dá aulas de design, de design de superfície e metodologias de projeto.
Fundada em 2017, Casa da Malha é uma fábrica têxtil focada em malhas circulares de elevada qualidade, enraizada na investigação técnica e no desenvolvimento de produtos, oferecendo produtos têxteis premium desenvolvidos com base científica e concebidos para a longevidade. Se a sua estratégia é orientada por dados, a sua filosofia é criar uma equipa coesa e dedicada e uma política de portas abertas para a colaboração e investimento na sustentabilidade.
MARIA SOARES & CATARINA AZEVEDO X MAXIGRAU
PROJETO: METAMORFOSE
Reflexão sobre o potencial do desperdício e a utilização de resíduos do corte para criar um novo material. Com a transformação em mente, desdobra-se em dois coordenados, um simboliza um casulo, o outro o produto da metamorfose. Pensados com as mesmas peças, mostram que é possível responder a várias necessidades sem produzir mais. De uma peça em têxteis celulósicos, biodegradável e reciclável, pode nascer outra peça; do descartado cria-se algo novo, maior do que a soma das partes e celebra-se a beleza da imperfeição.
Maria Soares, licenciada em Design de Moda pela Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, tem um particular interesse pela relação que a Moda estabelece com a sociedade e a cultura e procura desenvolver soluções de vestuário e acessórios que alinhem inovação e longevidade.
Catarina Azevedo é licenciada em Design de Moda pela Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos. Este é o seu primeiro projeto zero waste, que visa reduzir ao máximo o desperdício na criação de peças de vestuário. Motiva-a a possibilidade de desacelerar e redefinir os padrões de consumo na Indústria de Moda através da sua lente criativa.
Com experiência no mercado desde 1987, Maxigrau é uma empresa têxtil especializada na produção de vestuário premium e de luxo, e oferece uma ampla gama de soluções para marcas de Moda. Acredita que o futuro pertence aos que cultivam a diversidade e a criatividade, por isso faz esse caminho bem firme e assente em três pilares fundamentais: a alta qualidade e versatilidade, a sustentabilidade e transparência e a inovação.
CAROLINA CANA VERDE X ADALBERTO
PROJETO: GREEN NOSTALGIA
Criações neutras e versáteis feitas a partir de desperdícios de produção, como tiras de malha e tecido, pasta de estampagem ou banhos de acabamento, e com base em técnicas artesanais e manuais, do tricô manual à serigrafia. A sua estética colorida vai buscar elementos à pintura de Matisse, em peças funcionais e adaptáveis a vários contextos em que sejam usadas, assim promovendo um ciclo de vida mais longo e um modelo de economia circular.
Carolina Cana Verde é licenciada em Design de Moda pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, e mestranda na mesma área na Universidade da Beira Interior. Foi em Erasmus, na Universidade de Ljubljana, que se apaixonou pela área têxtil, da serigrafia às malhas. As suas criações são nostálgicas ou têm um universo infantil, em formas orgânicas, coloridas e leves, e onde estão sempre presentes a reflexão social e a preocupação com a sustentabilidade do planeta.
Fundada há três gerações, Adalberto é uma empresa familiar que se tornou líder global na indústria têxtil, especializada em marcas premium e de luxo. Oferece produtos sustentáveis e de alta qualidade e produz mais de 50.000 unidades por dia. Com foco na sustentabilidade e na inovação, criou processos e nova maquinaria que priorizam o planeta sem comprometer a qualidade, e convidam todos a participar na redefinição da indústria rumo a um futuro mais verde.
Braz Costa
António Braz Costa nasceu em 1962, licenciou-se em Engenharia Metalomecânica pela Universidade do Minho em 1989 e fez formação em Gestão Pública Avançada pelo Instituto Nacional da Administração em 2008.
Atualmente desempenha vários cargos de destaque, nomeadamente:
Diretor Geral do CITEVE – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal, desde janeiro de 2000.
Administrador executivo do CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, desde abril de 2012.
Presidente da TEXTRANET – Rede Europeia de Organizações de Investigação Têxtil, desde 2010.
Vice-presidente da Textile ETP - Plataforma Tecnológica Europeia para o Futuro do Têxtil e Vestuário, desde 2013.
Filipa Pantaleão
Engenheira do Ambiente por formação, a experiência profissional tornou-a numa gestora com consciência ambiental. Licenciada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, possui um MBA pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa e experiência em gestão de empresas ligadas aos sectores da água, logística, energia e resíduos. Ao mesmo tempo, pretende contribuir para um futuro melhor promovendo a igualdade e inclusão nas empresas e a desmistificação dos novos temas ESG. É co-fundadora da Women in ESG Portugal.