dino alves

DESIGNER

DINO ALVES

FW 23/24

TRANS – FORMA

O prefixo trans é parte de palavras como transformar, transladar, transmitir, transferir, transbordar, transparecer, transplante, transvia, transporte, e muitas outras onde está implícita a ideia de mudança.

TRANS – FORMA retrata a vontade constante que o ser humano tem de mudança, sobretudo da sua aparência física, recorrendo, por exemplo, a diferentes cortes e cores de cabelo, maquilhagens que redesenham o rosto ou roupas que alteram a silhueta, evidenciando ou escondendo a forma física. Estas transformações são transversais, seja por uma questão de moda, ou por mero descontentamento com o próprio corpo, levando, in extremis, a mudanças mais definitivas através de cirurgias plásticas.

Se recuarmos na História da Moda, percebemos que esta vontade de transformar o corpo não é atual. Encontramos peças de roupa íntima, estruturadas ou acolchoadas, que Dino Alves considera uma espécie de próteses: colocados debaixo das peças de roupa, vários tipos de espartilhos afinavam a cintura, fazendo salientar as ancas; as anquinhas ou tournures, que as aumentavam ainda mais; as crinolinas e outro tipo de enchimentos que, por uma razão ou outra, alteravam a silhueta física, sobretudo das mulheres. O Designer recria, assim, esses acessórios de interior, usados no século XIX, trazendo-os para fora e assumindo-os como parte das próprias saias, vestidos e calças. A partir deles, cria outros elementos e desenvolve novas formas, criando silhuetas ora surreais, ora bizarras, mas sempre com a preocupação de uma nova elegância.

Para o outono/inverno 2023, Dino Alves apresenta uma modelagem que altera a silhueta natural do corpo e constrói elementos que transmitem a ideia de transformação: de tecidos, de peças. Recorre a drapeados e a lógica das crinolinas é aplicada noutras partes de peças de roupa. Lãs, malhas, tule, ganga, sarjas, algodão orgânico, popelinas, vinil, georgette, organza, viscose e acolchoados surgem em preto, nude, branco, azuis, amarelo, rosa, salmão pálido e lilás.

Nesta coleção, Dino Alves fala da liberdade de mudarmos a nossa aparência. Só não mudemos a nossa essência!