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MUDE – MUSEU DO DESIGN APRESENTA EXPOSIÇÃO “VIVIENNE WESTWOOD: O SALTO DA TIGRESA”

Exposições, Moda

4 Junho '25

Entre 7 de junho e 12 de outubro, o MUDE – Museu do Design, em Lisboa, apresenta a exposição “Vivienne Westwood: O Salto da Tigresa”, uma homenagem à icónica criadora de Moda britânica que revolucionou a Moda contemporânea.

Com curadoria da historiadora de Moda e investigadora Anabela Becho, a exposição parte do conceito “Salto do Tigre”, do filósofo alemão Walter Benjamin, para explorar o modo como Vivienne Westwood (1941–2022) mergulhou no passado para reinventar o presente e afirmar a sua identidade estética e política.

“Vivienne Westwood: O Salto da Tigresa” reúne cerca de 50 peças – incluindo vestuário, acessórios, ilustrações, fotografias e livros – da Coleção Francisco Capelo pertencente ao acervo do MUDE, bem como de coleções institucionais e privadas. Este conjunto traça um arco temporal que vai do século XVIII ao início do século XXI, destacando a relação da criadora britânica com a tradição e a sua abordagem única à história da Moda.

A exposição dá a conhecer alguns dos aspetos mais característicos do pensamento e obra de Vivienne Westwood: a forma subversiva como utilizava os elementos emblemáticos da cultura britânica como o tartan e os tweeds; a reinterpretação da alfaiataria tradicional e de elementos históricos do vestuário como a crinolina, o bustle (ou tournure) e o corpete; a sua exímia técnica na construção do vestuário e o seu gosto pela história, até mesmo durante os anos do Punk, quando, em parceria com Malcolm McLaren, criou uma Moda de rua irreverente e crua.

A exposição dá também a conhecer o lado ativista da criadora, que ao longo de décadas usou os seus desfiles como plataforma de intervenção política e ambiental. Feroz crítica da fast fashion, Vivienne Westwood foi uma voz ativa contra as alterações climáticas e fundadora do movimento Climate Revolution.

Do espírito irreverente das lojas da King’s Road, em Londres, às passerelles internacionais, a estética de Vivienne Westwood foi sempre marcada pelo inconformismo. Ícone do punk, assinou uma das t-shirts mais provocadoras dos Sex Pistols, com a imagem da rainha Isabel II com um alfinete nos lábios ou com a frase “God save the Queen” a tapar-lhe os olhos e a boca. Ainda assim, foi distinguida pela própria monarca: em 1992, com a Ordem do Império Britânico, pelo trabalho desenvolvido na indústria da Moda e nas artes, e, em 2006, com o título de Dama.

“Vivienne Westwood: O Salto da Tigresa” apresenta um retrato multifacetado de uma das figuras mais marcantes da Moda do século XX, celebrando o legado de uma criadora que fez do inconformismo, da cultura e da técnica os pilares da sua linguagem singular.

FOTO: Luísa Ferreira / MUDE

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